PRINCÍPIO
DO MÉTODO RAPD (Random Amplified Polymorfic
DNA)
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A técnica do
RAPD faz uso da tecnologia da PCR. Pela técnica da PCR, dois
oligonucleotídios específicos (geralmente de 18 a 25 pb de comprimento),
complementares a seqüências que circundam o segmento alvo, são
sintetizados para servir como "primer" para a reação de amplificação
do DNA. Ao contrário, pelo RAPD um único "primer" de curto comprimento
(9 ou 10 bases) de sequência arbitrária e uma temperatura de
anelamento mais baixa do que a média usada na reação de PCR
são empregadas. Estas duas modificações diminuem a especificidade
da reação de forma que um número maior de fragmentos reproduzíveis
possa ser amplificados por eletroforese em gel de agarose, e
a coloração é feita com brometo de etídio, de forma que torna-se
desnecessário a utilização de isótopos radioativos que normalmente
são usados na técnica de RFLP. As mutações que inibem a ligação
do "primer", ou por outro lado, interferem na amplificação podem
ser detectadas pela ausência da banda pertinente nestes indivíduos
(Bowditch et al., 1991).
Devido aos curtos oligonucleotídeos servirem como "primer" para
uma variedade de genomas nas condições especificadas, é possível
se desenvolver um painel de "primers" universais que podem ser
utilizados para detectar polimorfismos de forma direta em praticamente
qualquer ser vivo usando-se panas nanogramas de DNA molde (Bolwiditch
et al., 1991). Para se realizar um ensaio de RAPD, oligonucleotídio
de DNA de fita simples, de seqüência arbitrária é misturado
com DNA genômico em presença de dNTP's (dinucleotídios monofosfatados)
, de uma DNA polimerase termoestável e um tampão adequado, e
este é então sujeito a variações cíclicas de temperatura, típica
de PCR. Os produtos de reação dependem da seqüência e comprimento
do oligonucleotídio, assim como das condições de reação. Numa
temperatura de anelamento apropriada durante a ciclagem térmica,
o "primer" de fita simples liga-se a sítios em fitas opostas
do DNA genômico que estão dentro de uma distância amplificável
(isto é, dentro de alguns milhares de nuclotídios), e um segmento
discreto de DNA é amplificado.
A presença ou ausência deste produto específico, embora amplificado
com um "primer" arbitrário, será diagnóstico para os sítios
de ligação do oligonucleotídio no DNA genômico. Na prática,
considerando-se o objetivo pretendido, a reação de amplificação
do DNA é repetida num grupo de amostras de DNA com muitos "primers"
diferentes, em condições que resultam em muitas bandas amplificadas
para cada "primer". As bandas polimórficas são notadas, por
exemplo, entre pais de um cruzamento, e os polimorfismos podem
ser mapeados numa população segregante. Freqüentemente, um único
"primer" pode ser usado para identificar vários polimorfismos,
cada um referente a um diferente locus (Williams et al., 1993).
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