Embrapa


Pesquisador da Embrapa lembra da importância das árvores e alerta sobre um mundo sem elas

23.9.2010

No Dia da Árvore, 21 de setembro, a Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) realizou caminhada educativa com os empregados e colaboradores, culminando no plantio de 30 mudas de nativas e frutíferas do Brasil. Tanto a caminhada como o plantio foi organizado pelo pesquisador Wagner Bettiol da Embrapa Meio Ambiente.

Conforme Laerte Scanavaca Júnior, engenheiro florestal e também pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, as árvores são seres produtores - transformam a luz solar em alimento, isto é, os vegetais são a base da cadeia alimentar e sem eles não existiria vida na terra.

Caminhada educativa
Foto: Luiz Guilherme Wadt

“Além disso, as árvores estão em nosso subconsciente, nós viemos das florestas e por isso nos sentimos bem embaixo da sombra de uma árvore, nos sentimos conectados com a natureza”.

“Outro ponto importante, enfatiza o pesquisador, é que as árvores podem viver muito, há registro de carvalhos e sequóias com mais de 5 mil anos. Isso faz delas os seres vivos mais antigos na face da terra e muitos estudos como catástrofes climáticas podem e devem ter registros em seus anéis de crescimento, isto é, são livros com registros do clima da terra e podem ser acessados”.

Nas cidades as árvores funcionam como verdadeiros reguladores do microclima, transpirando aproximadamente 400 litros de água por dia. “É como se um condicionador de ar estivesse ligado 24h por dia”, diz.

“Então, acrescenta Laerte, além de tudo isso, outro papel importante das árvores é no bem-estar das pessoas, elas embelezam e enfeitam o ambiente, diminuindo o estresse e harmonizam os mais variados tipos de arquitetura, evitando um choque na estética das cidades. Na zona rural, captam nutrientes trazidos pelas chuvas, recuperando e enriquecendo o solo, química, física e biologicamente. Evitam erosões e melhoram os atributos da água, essencial para a vida”.
Plantio
Foto: Luiz Guilherme Wadt

Harmonia nas cidades

Scanavaca alerta para a necessidade de harmonização dos plantios nas cidades. “Normalmente, plantam-se mudas de todas as espécies, com porte inadequado, em locais impróprios. Isso pode trazer vários prejuízos, inclusive financeiro. A empresa Centrais Energéticas de São Paulo – CESP, por exemplo, gasta aproximadamente 2 bilhões de reais por ano para manter e recuperar a fiação da rede elétrica em função de conflitos com as árvores. Plantam-se árvores do grupo ecológico clímax, que necessitam de sombra boa parte de sua vida - 30 a 50 anos, muitas vezes em pleno sol, isso mexe com a arquitetura e a altura dela, descaracterizando-a completamente”, explica.

“Um mundo sem árvores seria muito triste e carregado de maus presságios. Mesmo que houvesse oxigênio suficiente para a vida, acabaria a harmonia entre as paisagens, diminuiria a quantidade das águas e estas seriam extremamente sujas e poluídas, com necessidade de se gastar bilhões para limpá-las precariamente. Isso a floresta faz gratuitamente hoje. A biodiversidade seria extremamente reduzida pois não há vida animal sem habitat, que é a floresta. Seria um mundo muito triste e sem vida, acho que ninguém gostaria de viver num mundo assim”, acredita o pesquisador .

“Para viver feliz, com saúde mental e espiritual renovadas, fique em contato com a natureza, ande numa floresta ou parque, isso faz bem”.

Cristina Tordin
Jornalista, MTB 28499
Embrapa Meio Ambiente