Embrapa


Embrapa apresenta agricultura de base ecológica em Ibiúna, SP

25.6.2007

Em 13 de junho de 2007, Julian Blanc, cientista social, especialista em Agroecologia e pesquisador associado ao Museu de História Natural de Paris e ao Instituto Nacional de Pesquisa Agronômica da França (INRA), proferiu palestra sobre agricultura de base ecológica em Ibiúna, SP para os pesquisadores da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e para participantes da Rede Regional de Agroecologia Mantiqueira-Mogiana.

Blanc abordou o trabalho que desenvolveu em Ibiúna, SP, durante 6 meses. Ele conheceu esse projeto por meio de artigos desenvolvidos pela pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente, Lucimar Santiago de Abreu e pelo pesquisador francês Stephane Bellon.

No Bairro Verava, onde o trabalho foi desenvolvido, 75% dos agricultores possuem menos que 5 ha de terra. “A grande maioria é de produtores orgânicos de hortaliças, explica Blanc. “O foco principal era entender a história da agricultura orgânica e o impacto do seu desenvolvimento na comunidade”, diz. Em menos de oito anos a comunidade inteira foi levada para a produção orgânica. Ele acredita que essa conversão impactou tanto o lado sócioeconômico como o ambiental.

Blanc esclarece que, além de alimentar o debate acadêmico sobre o processo de “ecologização” da agricultura, suas trajetórias e seus impactos sócio-ambientais, o trabalho ressalta novas perspectivas de desenvolvimento territorial para esse lugar.

O cientista conta que praticamente morou na comunidade. No início, foi difícil, acredita Blanc, já que por ser estrangeiro, as pessoas ficavam um pouco desconfiadas. Mas, aos poucos, acabou ganhando a confiança deles participando no dia-a-dia da comunidade e trabalhando na roça.

Blanc considerou o resultado do seu trabalho muito interessante, e, diz que alcançou boa parte dos seus objetivos. Mas ressalta que estudos antropológicos são demorados e que alguns aspectos da pesquisa foram apenas iniciados. “Ainda há muito o que fazer em Ibiúna, tanto no lado da pesquisa como do suporte a esta dinâmica comunitária que sofre uma grande falta de apoio das instituições públicas, enfatiza.

São parceiros institucionais a Embrapa Meio Ambiente, o INRA-SAD/França e o Ministério Francês das Relações Exteriores. São parceiros também as Associações de Agricultores Orgânicos do Verava e o Centro Educacional para um Desenvolvimento Rural Sustentável (Cedrus). Este trabalho foi financiado pelo Ministério Francês das Relações Exteriores com apoio do INRA e do Cedrus.

Cristina Tordin
Jornalista, MTb 28.499
Embrapa Meio Ambiente